Os gritos a nossa volta

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Dizem por aí que é importante tentar transparecer os sentimentos e tormentos da alma, para não acabarmos na linha tênue que separa a sanidade e a insanidade. Sempre achei um conselho sábio, apesar de quase nunca levá-lo em consideração. Talvez por já não me restar razão internamente, como pode o mundo entender essa turbulência afinal?
Mas em meio a tantos altos e baixos, e baixos e mais baixos, atrevo-me a verbalizar uma mínima, digo até mísera fração dos meus desconexos sentimentos ao mundo que sempre se mostrou de braços abertos para recebê-los, mas... onde eles estão?
Depois de depositar minha última esperança de recuperar essa razão perdida nesses braços, bom, eles nada mais fazem além de me empurrar no chão e mostrar toda a sua indiferença. Afinal, quem quer ouvir sentimentos alheios? Pra que dar atenção aos outros quando podemos gastar nosso tempo com nós mesmos não é?

Abram os olhos. O mundo não é seu. O mundo não é meu.

Sucumbir ou Levantar

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Nossa alma sangra. Certas vezes o que não nos falta são motivos. Parece que éramos cercados por muros e não sabíamos. E de repente esses muros de ilusão desabaram e nos deixaram desprotegidos, sem armas contra a doída realidade. E tudo o que queremos é acordar desta, um paradoxo.
Mas apesar de despidos de qualquer resquício de felicidade, lutamos. E vamos até o fim. Porque somos fortes. Porque queremos viver. Porque no fundo do coração, encoberto por todas as mágoas, está à certeza de que tudo pode melhorar.
E agüentamos. Resistimos a todas as facadas da invencível e incansável realidade, que sempre volta a nos golpear sem perdão. Até que caímos. E ficamos ali, no chão, sangrando. E então só nos resta duas alternativas: sucumbir ou levantar, mesmo que em pedaços, e continuar a caminhar.
E na maioria das vezes, é a segunda opção a nossa escolha. Porque não importa o quanto doa, nós vamos continuar seguindo. Vamos encontrar o lugar ao qual pertencemos e pessoas que nos amam do jeito que nós somos. Esta esperança que nos move. E não vamos simplesmente sobreviver, vamos enfim viver.

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Desculpem por essas linhas mal escritas, eu só precisava..... escrever o meu espírito

A cidade dos homens

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E de repente o sol se pôs. Não houve o crepúsculo para alertar que a noite fria e escura se aproximava. Mas ela veio. Encobriu a vida de todos os que não eram feitos de pedra. E entregaram-se a ela, sem tentar resistir. Não tinham força para isso. E um vento frio soprou com toda a força, tocando todos os corpos lentamente, à procura de algum vestígio de calor humano, de emoção. Carregou o que achou para longe, muito longe. Todos então procuraram impacientemente o calor. Procuraram em todos os lugares possíveis: em casa, nas escolas, nos amigos, neles mesmos, nos amores. Mas o vento era astuto, não deixou nem um resquício sequer de calor. Eles que já não suportavam mais aquele frio, desabaram. Uma chuva irrompeu pela cidade, todos os rostos estavam encharcados pela água salgada, que caía aparentemente interminavelmente. Mas tanta água teve que se findar. E acabou. Uma seca surgiu, porém não trazia o calor consigo. Era fria também. E os congelou. E todos desistiram, não achavam mais que um dia encontrariam o calor novamente.
Mas quando menos se esperava, quando todos já estavam solitariamente presos em seus corpos congelados, quem diria, surgiu o amanhecer. E lentamente veio afastando a noite para longe deles. E desta vez vieram raios que foram envolvendo, e penetrando em todos. Lentamente foram acalorando todas as pessoas. E tudo estava iluminado uma vez mais. Porém desta vez havia mais calor que antes.

“Depois da escuridão SEMPRE vem o amanhecer”

Por favor não esqueçam disso, eu vou tentar não me esquecer. Prometo.