Sem você

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Lembro-me de antes. Julgava-me feliz, completa, auto-suficiente. Vivia, e nada mais, sem espectativas e sem sonhos, sem desejos e nem aspirações, graças ao medo que me limitava. Não tinha grandes planos, viver era mais que o suficiente, mas do que podia esperar. Até aquele dia. E então tudo se tornou mais colorido, mais alegre. Tudo teve mais sentido. E então só viver não bastava, tinha que aproveitar, explorar, descobrir. E o tempo passou a ser um inimigo. Uma vida não era mais suficiente. E me deparei incondicionalmente viciada nessa nova sensação. Viciada, não há outra palavra que expresse melhor. Não consigo viver mais sem isso. não há porque viver sem isso. Voltar a condição de antes já não é o suficiente, já não me contenta. Não depois da descoberta do verdadeiro significado que a vida pode ter.

Há uma passagem de um livro que na verdade eu não curti muito, mas que pode dizer com mais clareza tudo o que eu tentei dizer. Não é falta de inspiração, diria que o que me bloquei no momento é o excesso dela, que faz denovo as palavras conhecidas não bastarem para a discrição:

"...minha vida era uma noite sem lua. Muito escura, mas havia estrelas...Pontos de luz e razão...E depois você atravessou meu céu como um meteoro. De repente, tudo estava em chamas; havia brilho, havia beleza. Quando você se foi, quando o meteoro caiu no horizonte, tudo ficou negro. Nada mudou, mmas meus olhos ficaram cegos pela luz. Não pude mais ver as estrelas. E não havia mais razão para nada."

Stephenie Meyer - Lua Nova

(sem título)

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Olhando bem no fundo dos olhos dele pude ver algo que nunca tinha visto antes em lugar nenhum, algo grandioso, maravilhoso, parecia até surreal. Mas eu não estava mais em condições de julgar o que era real, o que era sonho, o que era fantasia e o que era alucinação. Mas se não fosse real, bom, então eu não queria mais voltar para a realidade, para a minha vida cotidiana. Sei que valia a pena trocar tudo, mas tudo mesmo por aquele momento, onde eu não precisava de mais nada, mais ninguém além daquele que me apertava calorosamente em seus braços, que me protegia de tudo o que poderia abalar minha felicidade, que impedia que as derrotas me derrubassem ao chão. E eu sei que ele não iria me soltar, não iria me deixar voltar para o vazio sombrio que era antes, e não iria deixar que a escuridão me agarrasse e me levasse embora.
E então eu já não sabia mais sequer onde é que eu estava, já não importava mais. Eu podia passar a vida toda ali, em seus braços que eu sei que ainda seria pouco e insuficiente.
E não tinha mais volta, já estava totalmente perdida dentro dele. E eu não me importava. Nada mais me importava, tudo o que eu queria era viver aquela coisa extraordinária que apelidaram de amor.

I keep dreaming you'll be with me
Eu continuo sonhando que você estará comigo
And you'll never go
E você nunca irá embora
Stop breathing if I don't see you anymore
Paro de respirar se eu não te ver mais
'Cause with you, I'd withstand
Porque com você, eu resistiria
All of hell to hold your hand
A todo o inferno para segurar sua mão
I'd give it all
Eu daria tudo
I'd give for us
Eu daria tudo por nós
Give anything but I won't give up
Dou qualquer coisa, mas não desistirei
'Cause you know
Porque você sabe
That I love you
Que eu te amo
That I loved you all along
Eu sempre te amei
I wanted you to stay
Eu queria que você ficasse
Cause I needed
Porque eu precisava
I need to hear you say
Eu precisava escutar você dizer
That I love you
Que eu te amo
I have loved you all along
Que eu te amei todo o tempo
So keep breathing
Então continue respirando
Cause I'm not leaving you anymore
Porque eu não vou mais te deixar
Believe and hold on to me and never let me go
Acredite, segure-se em mim e nunca me deixe ir
Far away - Nickelback

Quebre as correntes....se possível

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Todos nós somos contidos por algo. Sempre tem alguma coisa que nos segura, impedindo que façamos exatamente o que queremos quando desejamos. De certo modo isso é até bom, uma vez que se cada um fizer o que bem entende, o mundo vai virar uma bagunça. É preciso mesmo ter uma organização. Bom, antes que eu seja levada por uma reflexão que tome termos filosóficos, deixe-me redirecionar esse texto para o devido lugar: Certas vezes não somos contidos apenas pelas regras e leis, tem algo mais. Algo que nos impede de ser quem somos, dizer o que sentimos, fazer o que queremos. Algo que nos reprime dentro de nós mesmos. Lutamos contra o que somos, ou pelo menos lutamos para não sermos o que somos. Não porque não queremos, simplesmente porque não podemos ser. Essas são as nossas correntes, que nos seguram, nos prendem e que se tornam mais apertadas quando tentamos fugir. Porque se tentamos fugir quer dizer que nos incomoda a situação que nos encontramos e se descobrimos que não podemos sair dela, bom, então o nosso mundo rui. Na verdades, nós ruímos.
Bom, apesar de toda a abstração do texto, vou tentar exemplificar: Nossas correntes podem ser o medo. Medo de sermos julgados, medo de sermos quem queremos ser. Nossas correntes podem ser pessoas. Nossos pais que nos reprimem ou "amigos" que nos deixam com medo de nos posicionarmos e sermos rejeitados. Nossas correntes podem ser a insegurança. Nossas correntes podem ser a falta de oportunidades. Nossas correntes podem ser até inexistentes, coisas da nossa cabeça, que para os outros claramente não é real, mas para nós chega a ser real até demais, chega a nos perseguir.
E as incessantes tentativas de quebrar as correntes são muitas e muitas vezes frustradas. Mas não deveríamos desistir por isso não? Quem sabe um dia conseguiremos então nos libertar de nossas aflições que por várias vezes fingimos ignorar, sequer ver, mas que nos corrói por dentro, e deixamos que isso aconteça sem nem ao menos transparecer, sempre encobrindo nosso interior com aquele sorriso forjadamente estampado bem no meio de nossas caras, enquanto as nossas correntes cada vez mais apertados chega a nos deixar sem ar, até a hora que nos sufoca por completo.

With my wide eyes
Com meus amplos olhos
I've seen worlds that don't belong
Eu vi mundos que não se encaixam
My mouth is dry
Minha boca está seca
With words I cannot verbalize
Com palavras que eu não consigo verbalizar
Tell me why
Me diga por que
We live like this
Nós vivemos assim
Paramore - We are broken
De mais uma pessoa presa, como todos os demais.

A música

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Hoje estava escutando e falando sobre músicas com uma amiga e bem, parei para pensar. É realmente impressionante o poder que a música tem. Não tem bem como descrever todas as sensações que uma música pode causar em você, ela te leva aos extremos. Te faz sorrir quando está feliz ou te anima quando está triste, aquele ritmo contagiante com uma letra super positivista te lembram as partes boas da vida. Te lembra porque vivemos, para o que vivemos. Te enchem a alma de algo extraordinário, algo que te deixa completo. É aquela sensação de que o que importa é nada mais é do que o aqui e o agora. Dá aquele vontade desesperada de viver e aproveitar todos os segundos. Sinceramente parece que te transporta para o melhor lugar do mundo, um lugar com o sol acolhedor batendo no seu rosto, mas que não te queima, pois lá tem uma brisa suave para te refrescar e deixar aquela sensação de que tudo é perfeito. Você se esquece totalmente dos problemas seus e do mundo.

Em contra partida, também tem aquele tipo de música que te arranca um pedaço, que te deixa com uma sensação terrível de vazio no corpo, mostra-te que algo lhe falta. Mostra-te que é incompleto e nunca poderá deixar essa condição. Faz com que perceba que por mais que pense que é feliz, bom, não é e nunca poderá ser. Porque somos todos humanos, não atingimos a perfeição, estamos sempre nos cercando de problemas, cada vez se enroscando mais em uma teia da qual não conseguimos escapar. E a cada tentativa de nos soltarmos acabamos mais enroscados. Esse tipo de música faz com que você se sinta engolido pela escuridão, sem nenhuma esperança de encontrar um feixe de luz sequer. Mas mesmo assim, esse tipo de música nos atrai de algum jeito, desconhecido para mim. Não estou falando de música exatamente deprimente. É aquele tipo de música na qual a melodia vem vagarosamente te envolvendo, e quanto mais de envolve, mais te deixa vazio, o que chega ser até contraditório de algum jeito.

E então vem a letra. Tem um filme, 'Letra e música', no qual a personagem principal diz algo que eu lembro de ter achado perfeito para descrever uma música. Era algo como: a melodia é como ver alguém pela primeira vez, é o que te atrai. E então vem a letra, que seria como conhecer realmente a pessoa.

Acho que é bem por aí mesmo. A letra bem escrita transforma algo que já era magnífico em algo que chega a ser surreal. Aproxima-nos da música. Faz com que sintamos mais intensamente tudo o que já estávamos sentindo, simplesmente por ser uma expressão de um estado de espírito. É um estado de espírito que sempre nos provoca e instiga a sentir nossos próprios sentimentos à flor da pele.

Sem música, acho que nada seríamos. Temos que achar um meio de transmitir e aliviar tudo o que sentimos. Temos que nos identificar, sorrir, chorar, nos alegrar, entristecer. Temos que ouvir, temos que tocar, que compor, que dançar, que nos libertar.

Medo

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É, medo. Medo de crescer, medo de ter que amadurecer. Medo de mudar. Medo de não dar certo. Medo de que os sonhos não sejam nada mais que apenas isso. Medo de enfrentar a realidade. Medo do que me cerca. Medo do que está por vir. Medo do amanhã. Medo de não poder prever. Medo porque sei que não posso voltar atrás. Medo porque sei que não posso ignorar algumas coisas. Medo porque sei que não posso deixar para depois. Medo porque sei que todos estamos sozinhos. Medo porque sei que existe um fim.

Sofrimento?

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Todos sempre estão por aí postando os sofrimentos e tormentas que o amor nos trás. O quanto ele tira nossas noites do que poderia ser um tranquilo sono, desejando sermos correspondidos ou então pensando o que deu errado, o que poderia ter sido diferente. Quantas lágrimas derramamos por causa dele, por causa de nossas decepções e desilusões. Claro que o amor tem todo esse lado, mas... por que nos preocupamos tanto com ele? Por que nos resguardamos com receio de encontrarmos essas lágrimas e tristezas? Ou por que encaramos o que poderia ser um pequeno desentendimento com tamanho exagero?
Não seria mais fácil se todos pudéssemos simplificar tudo isso? Se não pudéssemos vê-lo com mais clareza? Penso que às vezes (claro que não todas) o motivo de nossa tristeza talvez seja o fato de que o amor que passamos tanto tempo idealizando secretamente não atende as nossas espectativas. Mas por que raios idealizamos? Por que esperamos algo tão grandiosamente grande e maravilhoso se nós somos apenas humanos? O amor será então como todos nós, com qualidades encantadoras mas também com defeitos que não podemos fingir que não vemos. E por que fazer disto um problema? Não está aí a beleza desse sentimento, o fato dele ser tão humano?
Acho que talvez em vez de ver tão rigorosamente os defeitos do amor, deveríamos prestar atenção nas suas qualidades, que podem não ser muitas e nem grandiosas, mas que estão lá. Só ver mais positivamente. Talvez faça uma grande diferença.